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Pressões territoriais forçam índios isolados a estabelecer contato

31 quinta-feira jul 2014

Posted by João Carlos Figueiredo in Ashaninka, Índios Isolados

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Integrantes de grupo indígena travam primeiro contato com funcionários da Funai e índios Ashaninka na Aldeia Simpatia, no Acre (foto: divulgação/Funai)

URL: agencia.fapesp.br/19518

Especiais

31/07/2014

Por Elton Alisson, de Rio Branco (AC)

Agência FAPESP – Um grupo indígena de etnia ainda não identificada estabeleceu em junho o primeiro contato com funcionários da Fundação Nacional do Índio (Funai) e com índios Ashaninka, na Aldeia Simpatia, da Terra Indígena Kampa e Isolados do Alto Envira, na fronteira do Acre com o Peru. O grupo, que recebeu destaque da revista Science, pode ser apenas um de vários outros da região que devem sair da “condição de anonimato” nos próximos anos.

Isso porque o avanço da exploração de madeira e petróleo, além do narcotráfico e da construção de estradas próximas ou nas terras indígenas – principalmente no lado peruano –, podem estar forçando-os a sair do isolamento na floresta e a se aproximar das aldeias de índios já contatados.

A avaliação foi feita por pesquisadores participantes de uma mesa-redonda sobre índios isolados no Acre realizada durante a 66ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que terminou no domingo (27/07), no campus da Universidade Federal do Acre (UFAC), em Rio Branco.

“Há um conjunto de 10 áreas indígenas nessa região de fronteira do Acre com o Peru, conhecida como Paralelo 10, que são corredores de índios isolados”, disse Terri Vale de Aquino, antropólogo da Coordenação Geral de Índios Isolados e de Recente Contato da Funai e professor da UFAC.

“Existem muitas denúncias de casos de contatos forçados, escravidão e, sobretudo, de violência contra os povos indígenas nessa região. Isso tem provocado a migração para o Acre”, afirmou Aquino.

De acordo com o pesquisador, a construção de uma rodovia de 40 quilômetros de extensão entre os rios Muru e Tarauacá atingirá uma área utilizada por índios Kaxinawá destinada exclusivamente a índios isolados que vivem na fronteira do Acre do com Peru, apontou.

“As lideranças dos índios Kaxinawá estão fazendo uma denúncia ao Ministério Público Federal porque essa estrada está sendo construída sem licença e estudos e relatórios de impacto ambiental”, afirmou.

Além disso, a distribuição de lotes para a exploração de petróleo e gás na região está “ilhando” terras indígenas no Alto Juruá e impactando diretamente os povos indígenas e grupos de índios isolados na região, sobretudo do lado peruano da fronteira, apontou.

Para agravar esses problemas, narcotraficantes têm buscado novas rotas de tráfico de drogas na Amazônia por meio do Alto Envira, um rio binacional que nasce em terras peruanas e passa pelo Acre, contou Aquino.

“O narcotráfico está muito intenso no Alto Envira e por dois anos desarticulou as bases de índios isolados do Rio Xinane [afluente do Envira] pela violência que imprimiu na região”, afirmou. “Esse conjunto de fatores pressiona muito os povos indígenas isolados que habitam essa região fronteiriça.”

Segundo os pesquisadores, o grupo de índios isolados que estabeleceu o primeiro contato no dia 29 de junho no Acre também relatou, por meio de intérpretes, ter sofrido atos de violência cometidos por não indígenas nas cabeceiras do rio Envira, em território peruano.

“Esses índios isolados podem estar fugindo dos madeireiros e do narcotráfico, além da exploração de petróleo e gás e da construção de estradas em suas terras”, estimou Aquino.

Presença recente

De acordo com Aquino, a presença de povos indígenas isolados no Acre é um fenômeno relativamente recente e tem se intensificado. Nos últimos 30 anos, a Funai avistou e passou a monitorar quatro grupos de índios isolados no Alto Envira, mas estima que possam existir muitos outros na região.

“O grupo de indígenas que estabeleceu contato em junho contou que há outros grupos de índios isolados na região – alguns aliados e outros inimigos deles – que nem sabíamos que existiam”, disse Aquino.

Um dos mais recentes grupos de índios isolados no estado foi avistado por funcionários da Funai em 2008 na cabeceira do rio Xinane e chegou à região fugindo do avanço dos madeireiros e do narcotráfico sobre suas terras, disse Aquino.

Já um outro grupo de índios isolados avistado na cabeceira do rio Humaitá, na margem esquerda do Envira, sobreviveu ao massacre de populações indígenas durante o primeiro ciclo da borracha da Amazônia, entre 1880 e 1920, no chamado “tempo dos seringais”, e resistiu por mais de 100 anos ao primeiro contato.

“Estima-se que eles formem um grupo de aproximadamente 300 índios, sendo o maior entre os quatro povos indígenas isolados já avistados pela Funai nessa região do Acre”, disse Aquino. “Eles já são bastante conhecidos aqui no Acre inclusive por outros povos isolados, que acham que eles são feiticeiros e xamãs.”

Além desses, há o grupo Mashco-Piro, conhecido pelo comportamento nômade. A comunidade costuma caminhar pelas cabeceiras do rio Madre de Díos, no lado peruano, e afluentes – em grupos grandes, formados por entre 100 e 150 índios.

Em geral, segundo Aquino, eles entram no território acreano no verão. Permanecem por períodos de três a quatro dias em um mesmo lugar e logo em seguida já migram para outro.

“Nunca localizamos nenhuma maloca ou roçado desse grupo de índios isolados no Acre. Eles são conhecidos como povo de floresta e se estabelecem aqui em acampamentos provisórios, compartilhando a terra do povo Pano”, contou.

Aumento de evidências

De acordo com Aquino, a presença desses quatro grupos de índios isolados já identificados no Acre foi constatada por meio de avistamentos e confrontos, além de coletas de vestígios de sua presença na região, tais como saques, rastros ou de utensílios, como cestas e flechas, que deixaram pelo caminho.

Um mapeamento realizado pelo pesquisador para verificar a presença de índios isolados no Acre nas últimas três décadas apontou que o maior número de evidências foi coletado entre os anos de 2006 e 2013.

Do total de 231 evidências coletadas da presença desses índios isolados na região, 156 foram registradas nesses últimos oito anos. E desses 156 indícios, 70 foram saques de ferramentas de metal, contou Aquino.

“Isso denota que esses grupos de índios isolados estão buscando, principalmente, ferramentas de metal, e substituindo o machado de pedra pelo de aço. Eles também conhecem armas e já usam até espingardas”, contou.

Uma hipótese levantada pelos pesquisadores para explicar o aumento do número de saques na região é a busca por tecnologia por parte dos grupos de índios isolados.

“Percebemos que também há muitas iniciativas de aproximação desses grupos de índios isolados pela curiosidade de conhecer e coletar produtos industrializados”, disse Carlos Lisboa Travassos, coordenador-geral de Índios Isolados e Recém-Contatados da Funai.

“Algumas dessas situações de contato podem trazer um risco muito grande à saúde desses índios isolados, uma vez que eles não possuem imunidade à gripe e a outras doenças que podem levá-los a morrer de uma forma muito rápida e devastadora”, destacou.

O grupo de sete índios – quatro rapazes, duas mulheres jovens e uma criança – que estabeleceu o primeiro contato no fim de junho contraiu gripe e teve de ser transferido para a Base de Proteção Etnoambiental Xinane, da Funai, para receber atendimento médico.

Após a conclusão do tratamento, os indígenas retornaram para suas malocas, onde estão os demais integrantes do grupo. “Precisamos nos preparar para amenizar os primeiros riscos à saúde desses grupos no primeiro contato e estabelecer uma relação franca com eles”, afirmou Travassos.

Segundo Travassos, a política de proteção aos índios isolados da Funai é a do não contato, respeitando a autodeterminação de aproximação dos povos. São previstas, contudo, ações de intervenção, como planos de contingência, quando um grupo indígena isolado procura estabelecer contato, como ocorreu no final de junho.

Registro do contato

No início da palestra os pesquisadores da Funai exibiram um vídeo de alguns minutos com imagens do primeiro contato com o novo grupo de índios isolados para uma plateia composta por muitos indígenas do Brasil e Peru.

De acordo com informações dos intérpretes que integraram a equipe da Funai que estabeleceu o primeiro contato, os índios pertencem a um subgrupo do tronco linguístico Pano, e o contato e a permanência deles na região ocorreram de forma pacífica, apesar de os índios Ashaninka terem se assustado com o aparecimento dos “forasteiros”. “Eles falaram que a língua deles é muito próxima à dos Jaminawá, se não for a mesma”, contou Aquino.

Segundo os antropólogos da Funai, alguns dos traços que os diferenciam de outros grupos isolados é o uso de folhas de envira (árvore da floresta tropical) amarrada no pênis e na cintura, na qual levam um facão.

O arco e a flecha que utilizam são feitos de madeira de pupunha e a ponta da flecha é feita de taboca (um tipo de bambu) e é bastante perfurante.

Tribo no Peru [Maschco-Piro] deixa isolamento para pedir comida

28 quarta-feira ago 2013

Posted by João Carlos Figueiredo in Índios Isolados

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MASHCO-PIRO

Uma das mais isoladas tribos indígenas do planeta fez contato com pessoas de um povoado local para pedir comida, provocando um impasse na região da Amazônia peruana próxima à Bolívia.

De acordo com autoridades locais, dezenas de índios da tribo Maschco-Piro tentaram atravessar o rio Las Piedras, na região de Tambopata, para pedir comida, cordas e machetes.

Um vídeo obtido pela agência de notícias Associated Press mostra alguns indígenas dentro do rio. No entanto, eles foram desencorajados a chegar na outra margem por guardas que monitoram a região.

Isso porque se entrassem em contato com pessoas de fora da tribo eles poderiam ser contaminados, já que o sistema imunológico deles não é forte o suficiente para lidar com os tipos de germes que o restante da população carrega.

Os Maschco-Piro sempre viveram em isolamento. Essa é segunda vez que eles entram em contato com pessoas de fora da tribo desde 2011, quando eles apareceram após mais de 20 anos de isolamento.

Madeireiros e traficantes

Não se sabe exatamente por que eles tomaram essa atitude. Mas ambientalistas afirmam que eles podem estar irritados com ameaças à área demarcada onde vivem, provocadas especialmente por madeireiros e por traficantes que têm rotas na região.

O impasse foi desfeito quando os moradores enviaram uma canoa com bananas em direção aos índios.

A antropóloga Beatriz Huertas disse à Associated Press que a tribo está cada vez menos isolada e já foi vista algumas vezes migrando pela floresta em períodos de seca.

Mas ela disse ser estranho vê-los tão perto de outros moradores do outro lado do rio.

“Pode ser que eles estivessem irritados por problemas como outras pessoas tirando vantagem dos recursos de seus territórios. Pode ser esse o motivo que estavam demandando objetos e comida da população.”

“Mas a tribo não pode entrar em contato com a outra tripo porque qualquer doença pode matá-los.”

Acredita-se que haja entre 12 e 15 mil indígenas de tribos “não contabilizadas” vivendo nas florestas da região peruana.

‘Estão à própria sorte’, diz indigenista sobre povos isolados

22 segunda-feira abr 2013

Posted by João Carlos Figueiredo in Índios Isolados

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Carlos Meirelles começou a trabalhar com índios isolados em 1988.

Ele falou sobre povos e a situação das Frentes de Proteção.

 Repórter: Veriana Ribeiro (Fonte: G1 AC)

Carlos Meirelles conversou com o G1 sobre a atual situação dos índios isolados (Foto: Veriana Ribeiro/G1)Carlos Meirelles conversou com a reportagem sobre a atual situação dos índios isolados (Foto: Veriana Ribeiro/G1)

O ex-sertanista e atual assessor indígena da Assessoria Especial para Assuntos Indígenas do Acre, Carlos Meirelles, trabalha desde 1988 com índios isolados. Ele explicou à reportagem sobre esses grupos indígenas, as principais ameaças vividas por eles e criticou a situação das Frentes de Proteção Etnoambiental. “As bases estão abandonadas e os índios estão à própria sorte”, afirmou.

Os isolados
O trabalho com Índios Isolados começou na Fundação Nacional do Índio (Funai) em 1987, quando o órgão criou o Departamento de Índios Isolados e mudou sua política sertanista. Assim conta Carlos Meirelles, que fez parte deste processo e lembra das mudanças realizadas na época. “A gente aproveitou o ganho da nova constituição e fizemos uma proposta de política, em que inverteu a ordem de prioridade. A prioridade então seria proteger os índios isolados e não fazer contato com eles”, conta.

índios isolados (Foto: Gleison Miranda/ Funai/ Survival/ Divulgação)No Acre, há quatro grupos distintos de índios isolados (Foto: Gleison Miranda/ Funai/ Survival/ Divulgação)

Meirelles, que na época era técnico de indigenismo na Funai, foi trabalhar em 1988 onde hoje é localizada a Frente de Proteção Etnoambiental Rio Envira, como coordenador do local. “Eu vim para o Acre em 76. Trabalhava com Jaminawa, Manchineri, mas com isolados foi a partir de 88”, lembra.

“Os grandes fazendeiros, se desconfiarem que tem indio isolado na terra deles, mandam matar” [Carlos Meirelles]

Desde então o indigenista trabalha e estuda povos isolados. Segundo ele, no Acre, há quatro grupos distintos de índios isolados. “Na região do Envira tem três grupos de isolados que são agricultores. Mas depois de três anos eles mudam. É uma andança do roçado, mas não é o nomadismos. Pelas características dos roçados e casas, é possível que eles sejam de etnias Panos”, explica.

Existe também um outro grupo, que Meirelles gosta de classificar como caçadores e coletores. “Os caçadores e coletores andam em uma área muito grande, mas é sempre aquela área. Anda sazonalmente na região da Terra Indígena do Mamoadate, onde ficam os Manchineri. E também no Envira”, diz.

De acordo com ele, desses quatro grupos de índios isolados, metade vive na área de fronteira com o Peru. “Uma hora eles estão do lado brasileiro, outra eles tão do lado peruano. Eles sempre moraram ali, a gente que inventou uma linha imaginária e colocou no meio. Eles não migram, eles sempre estiveram ali. Mas quando está ruim de um lado, ele ficam na outra parte da fronteira”, comenta.

O ex-sertanista explica que devido as explorações de petróleo, madeira e o tráfico de drogas no lado peruano, os isolados estão aparecendo com maior frequência no lado brasileiro. Só que a região do rio Envira já sofreu diversas vezes com a invasão de traficantes de drogas. Atualmente a frente de proteção não está funcionando, de acordo com Meirelles.

Além disso, como existem várias evidências de índios isolados no Brasil e a demarcação pode ser feita sem que eles sejam contatados, muitos são mortos por grandes fazendeiros. “Os grandes fazendeiros, se desconfiarem que tem índio isolado na terra deles, mandam matar tudo, sumir com os vestígios se não perde a terra”, afirmou Meirelles.

  •  A Frente de Proteção Etnoambiental do Rio Envira foi, diversas vezes, invadida por traficantes peruanos

A Frente de Proteção Etnoambiental do Rio Envira (Foto: Gleilson Miranda/Agencia de Noticias do Acre)
(Foto: Gleilson Miranda/Agência de Noticias do Acre)

Situação das frentes

No Acre, existem atualmente duas Frentes de Proteção Etnoambiental para lidar com os Índios Isolados. Porém, elas estão fechadas. De acordo com Meirelles, a Funai fez, em 2010, a contratação de Auxiliares de Frente. Porém, antigo coordenador da Frente Envira não concorda com a forma que foi feita essa seleção. “Até 2010, tinha um coordenador da frente e tinham os mateiros. Que eram pessoas terceirizadas, que a gente selecionou ao longo do tempo na beira de rio, gente bom de mato”, conta.

O processo seletivo feito para Funai, segundo Meirelles, foram contratados 16 pessoas que tinha conhecimentos acadêmicos, mas que não sabiam viver no meio da floresta. “Como você protege um território, se você não sabe nem andar no mato? Como esse cara vai identificar vestígio de índio isolado se ele não sabe a diferença de uma paxiúba de uma bananeira?”, ironiza o ex-coordenador de Frente.

saiba mais

  • Funai registra migração de índios isolados do Peru para o Acre
  • Funai alerta para risco de genocídio de índios isolados no Acre
  • Divulgadas fotos inéditas de índios isolados entre o Brasil e o Peru

Segundo Meirelles, os mateiros que trabalhavam na Frente não tiveram a oportunidade de ensinar os novos contratados. “O dia que esses caras começaram a trabalhar, a Funai demitiu todos os nossos mateiros”, critica. “O cara não está no ambiente dele, ele não foi treinado, eu não sabia também quando eu fui trabalhar na Funai. Eu aprendi, tive quem me ensinasse”, afirma.

O especialista em índios isolados também critica os novos contratados, que ao serem contratados começaram a fazer diversas exigências trabalhistas. “Assisti uma reunião dessa turma, durante três dias não ouvia a palavra índio. É uma questão trabalhista”, recrimina.

Quando se trabalha em uma Frente Etnoambiental da Funai, segundo Meirelles, é feito um esquema de plantão. “Você fica confinado. Se você passa 24 horas de plantão, você não tem três dias de folga? Se o cara passa um mês no mato, eles querem passar três meses de folga. A Funai teria que contratar um helicóptero para transportar esse povo em esquema de rodízio, para a Frente não ficar abandonada”, ironiza o ex-sertanista.

Meirelles acredita que a situação é complicada e não sabe como a instituição irá resolver. Procurados pela reportagem, a Funai informou que o responsável pelo setor que trabalha com as frentes de proteção e os índios isolados está viajando e a instituição não poderia se pronunciar no momento sobre o caso.

Meirelles acredita que, se o conflito de interesses se resolvesse, com um grupo de 16 pessoas poderia ser feito um bom trabalho. “Tem duas coisas para fazer. Você tem que proteger o território dos índios isolados e tem que trabalhar com os índios do entorno. Uma turma ficaria nas bases, junto com os mateiros até eles aprenderem”, comenta.

Para ele, o trabalho nas frentes de proteção é uma ação que deve ser fortalecida, mas que é preciso repensar as políticas em relação aos índios isolados no Brasil. “Arrumar a frente é varejo, se não tiver uma política nacional séria em relação a esses povos não adianta organizar essas frentes. Já é difícil convencer o estado brasileiro pra marcar uma terra pra índio que você conversa, imagina demarcar uma terra pra um índio que ninguém vê?”, diz.

Índigenas ajudam pesquisadores a identificar nos mapas onde foram encontrados vestigios de índios isolados (Foto: Arquivo Pessoal)Índigenas ajudam pesquisadores a identificar nos mapas onde foram encontrados vestígios de índios isolados (Foto: Arquivo Pessoal)

Diálogo

De acordo com Meirelles, mesmo que não haja contato direto com os índios isolados, existia nas frentes de proteção um diálogo com esses povos. “Há um diálogo com a frente e os isolados, mas era um diálogo de atitudes, não de palavras”, afirma.

Segundo ele, era fácil perceber se os isolados estavam sofrendo problemas com a relação que eles tinham com a Frente. “A gente acaba sendo um termômetro, quando eles começam a flechar a gente sabe que está acontecendo algum problema”, explica.

Ele explica que havia no espaço da Frente de Proteção um roçado feito para os índios isolados com um objeto que produzia som. “Quando os índios estavam numa boa, eles avisavam que tinham passado por lá soprando”, comenta.

Meirelles afirma que, mesmo com o monitoramento via satélite, é necessário ter pessoas nos territórios para realizar o monitoramento e proteção da área. “Esses povos só existem como isolados se o território tiver tranqüilo, se eles tiverem caça, tiverem peixe. Se a área tiver tranquila  Caso contrário, como isolados eles se acabam”, afirma.

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Índios isolados Vale do Javari

21 sábado jul 2012

Posted by João Carlos Figueiredo in Índios Isolados

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A Fundação Nacional do Índio (FUNAI) confirmou a identificação de um novo grupo de índios isolados no Vale do Javari, no Amazonas. As observações preliminares apontam que esse grupo de cerca de 200 pessoas pode pertencer à família linguística Pano.

Em janeiro, a ONG Survival International divulgou fotos que mostravam, com detalhes inéditos,tribo indígena que vive isolada no Acre

A comunidade de índios isolados foi localizada pela Frente de Proteção Etnoambiental da Funai no Vale do Javari e foi confirmada durante sobrevoo realizado em abril de 2011, com apoio do Centro de Trabalho Indigenista (CTI). As clareiras foram localizadas por satélite antes da realização da expedição aérea que avistou três clareiras com quatro grandes malocas no total.

Segundo o coordenador da Frente do Vale do Javari, Fabricio Amorim, “a roça, bem como as malocas, são novas, datadas de no máximo um ano. O estado das palhas usadas na construção, e a plantação de milho indicam isso. Além do milho, havia banana e uma vegetação rasteira que parecia ser amendoim, entre outras culturas”, explica.

Até o momento da confirmação, a presença desses índios isolados era apenas uma referência “em estudo”, segundo a Funai, pois havia relatos de sua existência, sem informações conclusivas sobre a exata localização e características da comunidade.

“Na Terra Indígena Vale do Javari há um complexo de povos isolados considerado como a maior concentração de grupos isolados na Amazônia e no mundo”, avalia Amorim. “Entre as principais ameaças à integridade desses grupos estão a pesca ilegal, a caça, a exploração madeireira, o garimpo, atividades agropastoris com grandes desflorestamentos, ações missionárias e situações de fronteira, como o narcotráfico. Outra situação que requer cuidados é a exploração de petróleo no Peru, que pode refletir na Terra Indígena do Vale do Javari”, afirma o pesquisador.

De acordo com a Funai, entre os anos 2006 e 2010, foram localizados mais de 90 indícios da ocupação territorial desses grupos, como roças, tapiris e malocas. Essas observações apontam para a existência de uma população de aproximadamente duas mil pessoas na Terra Indígena do Vale do Javari. A Funai reconhece a existência de 14 referências de índios isolados na região.

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