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Grupo de trabalhadores rurais mantém ocupação em terra indígena no Mato Grosso

26 sexta-feira abr 2013

Posted by João Carlos Figueiredo in Xavante

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Eles se identificaram como antigos moradores retirados da área em janeiro por ordem judicial e retornaram ao interior da terra indígena no último domingo.

Cerca de 40 famílias de trabalhadores rurais que viviam no interior da terra indígena xavante Marãiwatsédé, no nordeste de Mato Grosso, continuam protestando contra o que classificam como demora do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em assentá-las em um local adequado.

Desde então, os manifestantes permanecem acampados próximo ao cruzamento das rodovias federais BRs 158 e 242, a cerca de 20 quilômetros da aldeia indígena.

Embora as lideranças xavantes já tenham alertado para o risco de confrontos e pedido, por meio da imprensa, que as autoridades providenciem a retirada das famílias de não índios da área, os manifestantes dizem que só deixam o local após o Incra atender a todas as suas reivindicações.

Temendo conflitos, o Ministério Público Federal (MPF) pediu à Justiça Federal que determine o restabelecimento da ordem de desocupação da terra indígena e o reforço do contingente de policiais federais e da Força Nacional, presente no local desde o início da ação de retirada dos não índios.

Segundo a assessoria da Polícia Rodoviária Federal (PRF) em Cuiabá, nenhum ato de violência foi registrado até o momento e os manifestantes garantiram não ter intenção de bloquear o tráfego de veículos. Policiais das cidades de Barra do Garças e de Água Boa monitoram a situação e, caso necessário, a PRF diz ter condições de deslocar reforços rapidamente para o local.

Em nota, a Superintendência Regional do Incra no Mato Grosso garantiu que 105 famílias vão ser assentadas no projeto de assentamento Vida Nova, na cidade de Alto da Boa Vista. A demarcação dos lotes está em fase de finalização. Além do lote, as famílias beneficiadas vão receber R$ 3.200 para apoio e instalação.

Ainda segundo o Incra, 270 das famílias que viviam em Marãiwatsédé estão cadastradas, à espera de um lote. Para atender a mais famílias além das 105 que irão para o Vida Nova, o instituto garante ter oferecido lotes no município vizinho, Ribeirão Cascalheira, mas a proposta não foi aceita.

Por fim, o Incra garante estar mantendo, na região, uma equipe de técnicos responsável por dar continuidade ao trabalho de assentar as famílias que atendam aos critérios da Política Nacional de Reforma Agrária.

A ação da força-tarefa federal responsável por retirar os não índios de Marãiwatsédé durou cerca de dois meses e foi concluída no final de janeiro deste ano. Há duas semanas, representantes do governo federal organizaram uma cerimônia para oficializar a concessão de uso da área aos cerca de 1,8 mil índios xavantes que viviam na região, segundo o Censo de 2010.

A terra indígena tem 165 mil hectares (1 hectare corresponde a 10 mil metros quadrados, o equivalente a um campo de futebol oficial) e abrange parte do território das cidades mato-grossenses de Alto Boa Vista, Bom Jesus do Araguaia e São Félix do Araguaia.

Fonte: ECO Reserva

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Desocupação da Terra Indígena Marãiwatsédé

08 sexta-feira fev 2013

Posted by João Carlos Figueiredo in Povos Indígenas, Xavante

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DSCN1325 Durante décadas o povo Xavante esperou pela posse de sua terra, mas foi preciso mobilizar a opinião pública mundial, durante a Rio + 20, para que o Estado Brasileiro tomasse a decisão de resgatar as terras desse povo das mãos de posseiros invasores, ludibriados pelos grandes interesses de latifundiários capitaneados por algumas das figuras notórias do Congresso Nacional, lideradas pela famigerada Bancada Ruralista e sua “primeira-dama” Kátia Abreu, além de figuras locais, como prefeitos e deputados das cidades vizinhas.

O nome “Marãiwatsédé”, segundo dizem seus habitantes ancestrais, significa Terra Bonita, coberta de matas. No entanto, quase a metade dessas matas foi devastada em menos de duas décadas, para serem transformadas em pasto para o gado Nelore e em imensas plantações de soja transgênica, milho e arroz.

Mas foi nos mais recentes anos, sabedores de que a decisão da Justiça não lhes seria favorável, que esses latifundiários resolveram devastar tudo, deixando troncos carbonizados em enormes áreas vazias, mesmo sem interesse em utilizá-las para plantio ou criação. Estão lá, às vistas de todos para comprovação de sua má-fé! Os covardes latifundiários não se expunham nas manifestações, mas incitavam os pequenos produtores, nem sempre ingênuos, mas acobertados pelo poder do mais forte, de suas lideranças no Estado de Mato Grosso e em Brasília, certos de sua impunidade. Com o golpe fatal da ocupação de Posto da Mata pelas forças da Legalidade e da Justiça, perceberam que a derrota era inevitável, e abandonaram “suas terras” ao “deus-dará”!

Os pequenos e os grandes deixaram para trás até mesmo seus animais de estimação (se é que haveria alguma estima em deixar esses bichos morrerem à míngua!). Em ação contundente, o Estado Brasileiro, finalmente, tomou a decisão louvável, ainda que tardia, de fazer valer os direitos do povo Xavante em Marãiwatsédé e, com participação ativa do Exército, Polícia Federal, Força Nacional, INCRA, FUNAI, Polícia Rodoviária Federal, IBAMA e Secretaria Nacional da Presidência da República, expulsaram, sem direito a qualquer indenização, todos os invasores.

Agora se inicia uma nova etapa, tão importante quanto a desocupação, que será de estabelecer a presença indígena em todo seu território, criando novas aldeias, desenvolvendo projetos produtivos e sustentáveis, resgatando a mata que deu origem ao nome dessa terra, implementando políticas de fiscalização e vigilância permanente e fixando, definitivamente, os limites territoriais dos indígenas.

Mais importante ainda será transformar esta ação bem sucedida em um modelo a ser replicado em todas as terras indígenas que sofrem, há décadas, a exploração de não-indígenas dos recursos naturais que deveriam ser preservados para a posteridade, resgatando conhecimentos tradicionais e desenvolvendo ações que permitam que todos os nossos ancestrais indígenas possam desenvolver uma civilização sadia, bem-sucedida sob o aspecto de potencialidades contemporâneas, servindo, inclusive de modelo para a sociedade não-indígena de processos efetivamente sustentáveis e perenes.

 

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Marãiwatsédé simboliza poderio da “lei do mais forte”

02 quarta-feira jan 2013

Posted by João Carlos Figueiredo in Xavante

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Fonte: Mapa Social

Por Verena Glass

Terra Indígena homologada permanece sob invasão de fazendeiros (Foto: Verena Glass)

Entre os casos mais expressivos do quadro local acompanhados pela Repórter Brasil, destaca-se a realidade da Terra Indígena (TI) Marãiwatsédé. Trata-se de um território homologado pelo governo federal que o governo estadual do Mato Grosso quer destinar a fazendeiros invasores. A “devolução” da área aos indígenas se deu durante a Eco 92. Após um longo período de 20 anos, quando o Brasil e a Organização das Nações Unidas (ONU) aguardam a abertura da Rio + 20, em junho deste ano, a situação dos povos locais permanece calamitosa.

Historicamente ocupada pelos índios Akwe-Xavante, a TI Marãiwatsédé, homologada pelo governo federal em 1998 com 165 mil hectares, permanece com 90% de seu território ocupado ilegalmente por fazendeiros e posseiros não indígenas, majoritariamente criadores de gado e produtores de soja e arroz. Essas atividades são responsáveis por um dos maiores desmatamentos em áreas protegidas do estado do Mato Grosso: 45% da mata nativa já foi destruída, como aponta o Relatório 2010 do Programa de Monitoramento de Áreas Especiais (ProAE) do Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam).

Marãiwatsédé é um emblema dos impactos da política de expansão agropecuária e da violência estatal e privada contra os indígenas que acompanhou o processo. Com a construção da Rodovia Belém-Brasília no início da década de 1960, que impulsionou a colonização do Oeste brasileiro (à base de incentivos fiscais para as empresas que investissem na Amazônia), o território indígena sofreu uma primeira invasão extensiva em 1961 com a criação da Fazenda Suiá-Missu em seus territórios, que chegou a ser considerada o maior latifúndio do Brasil com quase 1,5 milhão de hectares.

Em agosto de 1966, a Suiá-Missu e o Serviço de Proteção ao Índio (SPI) – antigo órgão federal que veio a dar origem à Fundação Nacional do Índio (Funai) – fizeram um acordo de retirada dos indígenas de suas áreas. Com o auxílio de aviões da Força Aérea Brasileira (FAB), cerca de 300 índios foram levados à revelia para a Missão Salesiana São Marcos, a 400 quilômetros de Marãiwatsédé.

Vendida para a estatal italiana de petróleo Agip, a área ocupada pela Suiá-Missu passou a ser novamente reivindicada pelos xavante na década de 1990. Com apoio de organizações internacionais, durante a Eco 92 a Agip se viu forçada a anunciar a devolução das terras. A partir deste momento, o governo federal iniciou uma série de procedimentos para demarcar a área indígena, enquanto fazendeiros da região, apoiados por políticos locais, começaram uma batalha jurídica contra o retorno dos indígenas, por um lado, e uma forte campanha de ocupação e desmatamento das terras, por outro.

Em levantamento sobre as ocupações irregulares na TI Marãiwatsédé realizado em 2010, a Funai relacionou cerca de 70 fazendas de maior porte, entre elas propriedades de “personalidades” como um vereador, um ex-vereador, dois ex-prefeitos, o prefeito de Alto da Boa Vista (MT), e também o seu irmão; além do prefeito de São Felix do Araguaia (MT).

Este processo e os conflitos entre indígenas e não-indígenas se intensificaram a partir de 1998, quando finalmente ocorreu a homologação do território. Apenas em 2004, depois de 11 meses acampados à beira da estrada, e em meio a protestos de políticos locais e dos invasores, parte dos antigos moradores voltou à área e reconstruiu a aldeia, ocupando cerca de 15 mil dos 165 mil hectares da TI. Atualmente, a população xavante de Marãiwatsédé é de cerca de 650 pessoas, das quais quase 300 são crianças.

Em 2005, um ano após a volta dos xavante à Marãiwatsédé, o Ministério Público Federal (MPF) impetrou uma ação civil pública junto à 5ª Vara da Justiça Federal, exigindo a imediata retirada dos ocupantes não índios da Terra Indígena. A partir de então, iniciou-se uma batalha político-jurídica. Em 2007, a Justiça determinou a saída dos posseiros, mas a decisão sofreu recurso. Em 2010, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) negou provimento ao recurso e manteve a decisão de desintrusão dos fazendeiros. Não houve, contudo, encaminhamentos concretos neste sentido.

O MPF ingressou, em maio do ano passado, com um pedido de execução de sentença, para que a Justiça Federal intime todos os ocupantes não-índios para que desocupem a área, o que foi aceito: o juiz Julier Sebastião da Silva determinou um prazo de 20 dias para que os fazendeiros desocupassem Marãiwatsédé – momento no qual o Legislativo e o Executivo do Mato Grosso decidem intervir em defesa dos invasores.

Em junho de 2011, o governo estadual sancionou rapidamente uma lei – lei 9.564, de autoria do presidente da Assembléia Legislativa, José Riva (PP), e do deputado Adalto de Freitas (PMDB) – que autoriza a troca, com a Funai, da TI Marãiwatsédé por áreas do Parque Estadual do Araguaia. Ou seja, o governo oficializa a expulsão dos donos e legaliza a permanência dos invasores na área. Aproveitando a deixa, o desembargador do Tribunal Regional Federal da 1a Região (TRF-1), Fagundes de Deus, contradisse as decisões anteriores da instância e permite a permanência dos não índios em Marãiwatsédé, alegando falta de um plano de desocupação por parte da Funai.

O órgão indigenista questiona, por sua vez, tanto a lei 9.564, do governo estadual, quanto a decisão do desembargador. De acordo com a Funai, o Legislativo e o Executivo do Estado não têm competência para legislar sobre Terras Indígenas, haja visto que, de acordo com a Constituição Federal, estas pertencem à União (art. 20, inciso XI, da CF). Por outro lado, alega que a lei também é inconstitucional uma vez que as terras indígenas são inalienáveis e indisponíveis, sendo os direitos sobre elas imprescritíveis (parágrafo 4º do art. 231 da CF).

Já em relação à decisão do TRF-1, no início de novembro a Funai ajuizou uma Suspensão de Segurança junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), argumentando que a decisão do desembargador Fagundes de Deus “lesiona sobremaneira a ordem administrativa, com evidente prejuízo ao interesse público, ante a flagrante ilegitimidade e inconstitucionalidade da possibilidade de transação (contra texto expresso da Carta Magna), o que gera o acirramento dos ânimos na região, com possibilidade de conflitos entre os índios e os não índios”.

Sem definição do STF, a questão continua pendente, os Xavante continuam acuados em suas próprias terras e os invasores permanecem na área. Com apoio do governo estadual.

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Situação em Marãiwatsédé

02 quarta-feira jan 2013

Posted by João Carlos Figueiredo in Xavante

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phpThumb_generated_thumbnailCaminhão da Funasa é incendiado no Posto da Mata

No último dia 11 de dezembro, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) divulgou nota oficial, apresentando elementos que não condizem com a realidade na desintrusão da Terra Indígena Marãiwatsédé, localizada no Mato Grosso. Assinada por Kátia Abreu, presidente da CNA e senadora do Tocantins pelo Partido Social Democrata (PSD), essa nota questiona a desintrusão e, em uma inversão mentirosa da história, chama os indígenas que vivem na área de “invasores”.

A respeito das afirmações feitas pela CNA, por meio de sua presidente, incansável defensora dos interesses dos ruralistas, a Relatoria do Direito Humano à Terra, Território e Alimentação e a Plataforma Dhesca Brasil esclarecem que:

Os Xavantes de Marãiwatsédé vivem na região desde o final do século XVIII, ou seja, há mais de duzentos anos, portanto, é inadmissível serem visto como “invasores”, mesmo por uma entidade de classe. Ao contrário, os Xavantes foram expulsos de suas terras em 1966 pelo Regime Militar, mas retornaram à região, sendo que o Estado brasileiro inclusive já reconheceu o direito territorial indígena nos anos 1990. Este reconhecimento se deu por Decreto Federal, publicado em 11 de dezembro de 1998, o qual estabeleceu a demarcação administrativa da Terra Indígena Marãiwatsédé, localizada nos Municípios de Alto Boa Vista e São Félix do Araguaia, Estado de Mato Grosso.

– É de conhecimento público, inclusive com notícias veiculadas na mídia nacional, que a presença de não índios em Marãiwatsédé (aqueles que não se recusam a reconhecer as terras como dos índios Xavantes a chamam de Suiá Missú) foi incentivada por políticos e se deu após essa decisão judicial de 1998.

– O processo de desintrusão da TI Marãiwatsédé é resultado do cumprimento de sentença da Justiça Federal de 2007, que determina a retirada de todos os não índios de Marãiwatsédé, e de decisão unânime da 5ª Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, que reconheceu e reafirmou o direito dos Xavante. Os desembargadores entenderam que os posseiros não têm nenhum direito a indenização, por se tratarem de “meros invasores da área, inexistindo possibilidade de ajuizamento de ação indenizatória”. Ao contrário do que afirma a nota da CNA, as decisões judiciais estão sendo respeitadas e a desintrusão é uma obrigação que o Executivo Federal está cumprindo.

– Os interesses da presidente da CNA vão além de sua defesa do “direito de propriedade dos produtores rurais”. Há um interesse em especial pela TI Maraiwãtsédé, tendo em vista que o advogado que representa a Associação dos Produtores Rurais da Suiá Missu, entidade que defende os invasores, é Luiz Alfredo Abreu, irmão da senadora Kátia Abreu.

– A Constituição Brasileira estabelece que os índios têm direito à “organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens”. Desta forma, a retirada de não índios de Marãiwatsédé não só é legítima como uma obrigação do Executivo Federal.

Ainda, diante desse mandato constitucional, o respeito à Constituição é especialmente extensivo às pessoas investidas em cargos públicos, o que inclui ministros de Estado. Neste sentido, repudiamos declarações feitas pelo Ministro dos Esportes, Aldo Rebelo, em artigo publicado na edição do dia 15 de dezembro do jornal “Diário de São Paulo”. Nesse artigo, o Ministro se posiciona contra o processo de retirada dos invasores, não só negando direitos indígenas positivados na Carta Magna do Brasil, mas também negando obrigações de seu próprio Governo.

Por fim, reafirmamos a luta em defesa dos direitos humanos, especialmente dos direitos indígenas, que só serão garantidos a partir do acesso e permanência em suas terras. Consequentemente, reafirmamos nosso compromisso e apoio incondicionais à desintrusão da TI Marãiwatsédé, obrigação do Estado brasileiro e processo fundamental para garantir o direito do povo Xavante à autodeterminação e à manutenção de seu modo de vida.

Brasília/DF, 20 de dezembro de 2012.

 Fonte: Relatoria do Direito Humano à Terra, Território e Alimentação.

 Plataforma Dhesca Brasil.

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Ministra ouve protesto de índios no Quarup, mas não recebe manifesto

20 segunda-feira ago 2012

Posted by João Carlos Figueiredo in Xavante

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ALDEIA YAWALAPÍTI (MT) – Povos indígenas do Xingu aproveitaram ontem a presença da ministra da Cultura, Ana de Hollanda, na festa do Quarup para protestar contra a construção da usina de Belo Monte, no Pará, e medidas tomadas pelo governo que, para os índios, configuram violações a seus direitos. A ministra, no entanto, não quis receber o manifesto das comunidades em nome do governo.

O Quarup, ritual realizado todo ano por tribos do Alto Xingu, tradicionalmente presta homenagem a uma personalidade não indígena. Neste ano, o escolhido foi o antropólogo Darcy Ribeiro.

Desta vez, também houve espaço para protestos. Faixas nas ocas criticavam a “violação dos direitos indígenas” através de medidas como a portaria 303 da Advocacia-Geral da União (AGU), que permite ao governo fazer intervenções em territórios indígenas sem consulta prévia às comunidades envolvidas, e a proposta de emenda constitucional (PEC) 215, que transfere do Executivo para o Congresso a prerrogativa de demarcar novas áreas ou mesmo alterar as vigentes. Belo Monte, em construção no Rio Xingu, no Pará, também foi alvo do manifesto dos índios.

Embora estivesse no Quarup como representante do governo federal, Ana de Hollanda não quis receber o manifesto preparado pelos índios. A ministra estava à beira do rio, de biquíni, chegou a vestir uma camiseta para ouvir o protesto das comunidades do Xingu, mas não pegou a cópia do documento que os povos queriam que fosse levada a Brasília. Um integrante da comitiva do governo recebeu o manifesto posteriormente.

Fonte: Jornal “O Estado de São Paulo”

Incidente diplomático entre ministra e índios

Parque Nacional do Xingu (MT) A participação da ministra da Cultura, Ana de Hollanda, no Quarup, ritual fúnebre sagrado para os índios do Parque Nacional do Xingu, ocorrido durante o fim de semana, ficou marcado por um incidente diplomático. No fim da tarde de sábado, pouco antes da tradicional fila que reúne as etnias para seus cantos divinos, ela foi convidada a sentar-se diante da Casa dos Homens, no centro da aldeia da etnia Yawalapiti, onde permaneceu conversando com o cacique Aritana. Porém, assim que um assessor soube da intenção dos indígenas de entregar um manifesto à representante do governo, a ministra acabou retirada da roda e abrigou-se na oca na qual estava hospedada.

Os indígenas pretendiam entregar à ministra uma carta de protesto contra medidas do governo federal que, na avaliação deles, tiram a autonomia dos grupos étnicos brasileiros. A titular da Cultura, porém, simplesmente deu as costas, sem nada explicar, aos que estavam presentes na cerimônia considerada um dos rituais mais sagrados para os povos do Xingu. A saída abrupta de Ana de Hollanda do Quarup deixou os indígenas, em um primeiro momento, sem entender o que estava acontecendo. Depois, ficou visível a irritação dos povos da floresta.

Na carta, as etnias protestavam contra a usina hidrelétrica de Belo Monte, cuja obra recentemente foi embargada pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região. Eles também repudiam o Projeto de Emenda Constitucional 215, que transfere ao Congresso Nacional o direito de homologar terras indígenas, atendendo a um desejo antigo da bancada ruralista. Outro ponto do manifesto é o decreto 303, da Advocacia Geral de União, que dispensa consulta aos habitantes das aldeias a respeito de qualquer alteração na redemarcação de terras indígenas.

Banho de rio

A ministra transitou, ainda no sábado, depois do incidente, entre a oca e o rio onde os convidados do Quarup tomavam banho muitas vezes por dia para amenizar o calor. Ela mesmo se refrescou horas antes da cerimônia. Como já era noite e o gerador de que dispunham os indígenas já não tinha mais capacidade para fornecer energia, a ministra não foi interpelada. Só ontem, ela falou no assunto. Em conversa reservada, afirmou que não sabia sequer o teor da carta, mesmo dizendo que a reivindicação não estaria endereçada a ela (o documento era nominal à presidente Dilma Rousseff e à própria ministra).

Segundo sua versão, ela deixou o ritual porque estava muito cansada. “Eu seria portadora, mas não oficializaram nada. Não li a carta, não sei o que está escrito”, garantiu. Diante da imprensa, no entanto, desconversou e preferiu ressaltar o entendimento mantido com os povos xinguanos, lembrando que uma parceria com as aldeias para aumentar e melhorar os pontos de cultura, assim como um projeto para preservar línguas locais, está em andamento. O manifesto dos índios acabou sendo recebido pelo senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), que acompanhou a ministra ao Xingu.

Fonte: Jornal “Correio Braziliense”

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Justiça determina paralisação das obras da usina de Belo Monte

15 quarta-feira ago 2012

Posted by João Carlos Figueiredo in Xavante

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BRASIL

Tribunal considera irregular a autorização para a construção da hidrelétrica no rio Xingu por não ter havido consulta prévia aos povos indígenas afetados. Multa diária por descumprimento chega a 500 mil reais.

O Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) determinou a paralisação das obras da usina hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu, depois de a corte identificar ilegalidades em duas etapas do processo de autorização da obra: uma no Supremo Tribunal Federal (STF) e outra no Congresso Nacional.

A decisão foi tomada pela 5ª Turma do TRF1, que, acatando um pedido do Ministério Público Federal do Pará (MPF), considerou na última segunda-feira (13/08) que o Congresso Nacional deveria ter ouvido comunidades indígenas antes de autorizar o início das obras. Com isso, ficam anulados os efeitos do decreto legislativo que autorizava o empreendimento.

“A incolumidade do meio ambiente não pode ser comprometida por interesses empresariais nem ficar dependente de motivações de índole meramente econômica”, afirmou o desembargador Souza Prudente, relator do processo no TRF1.

Organizações acusam governo brasileiro de não ouvir indígenas

Belo Monte é só o caso mais emblemático. Segundo organizações de defesa dos indígenas e o Ministério Público Federal, as comunidades não estão sendo corretamente consultadas sobre obras que afetam suas terras. (07.08.2012)

Caso a empresa Norte Energia, responsável pela obra, não cumpra a decisão judicial, terá de pagar multa diária de 500 mil reais. A empresa declarou que só vai se pronunciar judicialmente sobre a decisão.

Reverte decisão anterior

O MPF do Pará havia entrado anteriormente com uma ação civil pública pedindo a suspensão da obra, mas o pedido fora recusado. Desta vez, o TRF1 considerou que a autorização da obra ignorou as obrigações do Brasil como signatário da Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho. O acordo determina que comunidades indígenas sejam consultadas previamente à implantação de empreendimentos que atingem seus territórios.

Souza Prudente explicou que, no julgamento anterior, o desembargador Fagundes de Deus partiu de premissa equivocada de que STF tinha declarado a constitucionalidade do empreendimento. “Só que esse julgamento não foi feito. O que houve foi uma decisão monocrática da ministra Ellen Gracie [então presidente do STF], de atender pedido de liminar da Advocacia-Geral da União, quando a matéria só poderia ter declarada sua constitucionalidade se aprovada por dois terços da composição plenária da suprema corte”, afirmou.

O desembargador afirmou que as comunidades estão “gritando” para ser ouvidas e continuam sendo ignoradas. “Não estamos combatendo o projeto de aceleração do governo. Mas não pode ser um processo ditatorial”, disse.

Na semana anterior, a mesma 5ª Turma do TRF1 já havia decidido em favor dos direitos indígenas no caso da usina hidrelétrica de Teles Pires, na divisa entre o Pará e o Mato Grosso. O relator no caso também era o desembargador Souza Prudente e a diferença entre os dois processos é que o do Teles Pires ainda está em fase liminar – não houve decisão de mérito na primeira instância.

Obra polêmica

A hidrelétrica de Belo Monte é um dos maiores empreendimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo da presidente Dilma Rousseff. Quando estiver instalada, a usina será a terceira maior do mundo, com potência instalada de 12 mil MW e geração média de 4 mil MW.

A obra em plena Amazônia brasileira vem gerando polêmica entre os que defendem a necessidade de mais geração de energia no país e ambientalistas, que a criticam por prejudicar a fauna, a flora e as comunidades indígenas que vivem na região.

Desde que foi anunciada, usina de Belo Monte tem sido alvo de protestos por parte dos indígenasDesde que foi anunciada, usina de Belo Monte tem sido alvo de protestos por parte dos indígenas

Fonte: DW MSB/abr/ots/lusa
Revisão: Alexandre Schossler

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Presidente da Funai amplia o diálogo para a construção do plano de desintrusão da TI Marãiwatsédé

01 quarta-feira ago 2012

Posted by João Carlos Figueiredo in Xavante

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A presidente da Funai, Marta Maria Azevedo, recebeu na tarde desta quarta-feira (11)  comitiva liderada pelo governador do estado do Mato Grosso, Silval Barbosa, acompanhado de parlamentares  e produtores da região. A intensão foi ampliar o diálogo sobre a situação da Terra Indígena Marãiwatsédé, homologada por decreto presidencial em 1998, como de posse permanente e usufruto exclusivo do povo Xavante.

A comitiva e a presidente da Funai expuseram seus pontos de vista sobre a situação de tensão que se encontra no local e consideraram positivo o estabelecimento do diálogo entre todas as partes como forma de mediar a situação. Foi ressaltada a importância de se buscar soluções alternativas, a fim de minimizar os prejuízos àqueles que se encontram na região, para proceder com tranquilidade no processo de desintrusão da terra indígena.

“Do ponto de vista da Funai, a gente acredita que, para não piorar a situação de violência e conflito, o que deve ser feito é consolidar o processo de desintrusão da terra indígena, feito por meio do diálogo com todos os grupos do povo Xavante, assim como com não indígenas que estão lá dentro”, afirmou a presidente.

Assessores da Funai informaram que o planejamento da ação de desintrusão está sendo construído de forma conjunta com outros setores do governo federal, a fim de que seja mapeado o quadro de ocupação da área e articuladas todas as saídas possíveis para uma ação destencionada. O governador do Mato Grosso se colocou à disposição para contribuir nesta busca de soluções com o objetivo de minimizar os danos para ambos os lados, produtores e indígenas.

Marta Maria Azevedo afirmou ainda a necessidade de se firmar agendas conjuntas entre a Funai e o governo do Mato Grosso com o objetivo de planejar ações de desenvolvimento sustentável para as terras indígenas no estado.

TI Marãiwatsédé: entenda o caso 

A área que compreende a Terra Indígena Marãiwatsédé possui 165.241 hectares e está localizada nos municípios de Alto Boa Vista, Bom Jesus do Araguaia e São Félix do Araguaia, no estado de Mato Grosso. Ela era totalmente ocupada pelo povo Xavante até a década de 1960, quando a Agropecuária Suiá-Missú se instalou na região e iniciou um longo processo de degradação ambiental. Com a instalação, os Xavante acabaram confinados em uma pequena área alagadiça e foram expostos a inúmeras doenças.

Em 1966, os dirigentes da fazenda Suiá-Missú promoveram a transferência de toda comunidade para a Terra Indígena São Marcos, ao sul do estado, onde permaneceu por quase 40 anos. Naquele momento, além da perda da terra, o grupo foi atingido por uma epidemia de sarampo e cerca de 150 pessoas que pertenciam à comunidade de Marãiwatsédé faleceram.

Em 1980, a fazenda Suiá-Missu foi vendida para a empresa petrolífera italiana Agip. Durante a Conferência de Meio Ambiente realizada, em 1992, no Rio de Janeiro (Eco 92), a Agip foi pressionada a devolver aos Xavante a terra que lhes pertencia. A partir deste ano, a Funai inicia os estudos de delimitação e demarcação da TI Marãiwatsédé, mas antes de ser regularizada, a área sofre invasões em massa, dificultando o retorno dos índios após a sua legalização.

Marãiwatsédé foi homologada em 1998, por decreto presidencial, mas enfrentou diversos recursos judiciais de manutenção de posse. Descontentes, alguns indígenas começaram a retornar ao local de origem e, em 10 de agosto de 2004, entraram numa parte da terra que representa apenas 10% do território a que têm direito.

Recursos judiciais, porém, continuaram impedindo que eles recuperassem o restante de suas terras. Os ocupantes não índios conseguiram liminar da Justiça, garantindo a permanência em terra indígena, que gerou o desmatamento da área para a agropecuária. Mesmo na parte que conseguiram ocupar, os índios enfrentam até hoje sérios problemas com fazendeiros, madeireiros e posseiros.

Em agosto de 2010, uma decisão unânime dos desembargadores da 5ª Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, reconheceu o direito dos Xavante à Terra Indígena Marãiwatsédé. Para o TRF-1 não há dúvida de que a comunidade Marãiwatsédé “foi despojada da posse de suas terras na década de sessenta, a partir do momento em que o Estado de Mato Grosso passou a emitir título de propriedade a não-índios, impulsionados pelo espírito expansionista de ´colonização` daquela região brasileira”.

Em julho de 2011, em outra decisão, o Tribunal Regional Federal da 1º Região, em Brasília, garantiu a permanência das famílias de não índios na Terra Indígena Marãiwatsédé. No entanto, em junho deste ano, nova decisão do TRF-1 revogou a decisão anterior do mesmo tribunal, autorizando a retirada dos invasores.

Recentemente, em decisão proferida pela Justiça, no último dia 4 de julho, o Ministério Público Federal determinou o prosseguimento da execução provisória, com a retirada dos não índios da TI Marãiwatsédé, e determinou à Funai a apresentação do plano de desintrusão da área, que se encontra em construção.

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Casaldáliga cobra decisão sobre desocupação de terra indígena no MT

27 sexta-feira jul 2012

Posted by João Carlos Figueiredo in Xavante

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Clima de tensão para possíveis conflitos na região tem se agravado com a proximidade das eleições | Foto: Wilson Dias/ABr

Símbolo da luta em favor dos marginalizados, dom Pedro Casaldáliga, bispo emérito de São Félix do Araguaia (Mato Grosso), cobrou das autoridades, nesta quinta-feira (26),  providências urgentes e uma “decisão mais concreta” que garanta a desocupação da Terra Indígena Xavante- Marãiwatsédé de forma pacífica.  Em entrevista a Agência Brasil, Casaldáliga, de 76 anos, disse temer o agravamento da tensão e dos conflitos na região.

Segundo ele, a tendência de acirramento tem piorado em função da proximidade das eleições municipais de outubro e das promessas de campanha. A explicação para isso é de que vários candidatos prometem transformar em povoado a área da Terra Indígena Xavante-Marãiwatsédé.

“Está tudo suspenso e o clima é de insegurança”, disse o bispo ao comparar a situação ao ocorrido na Terra Indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima, em 2009. “Temo que essa demora de definição leve a uma divisão entre os xavantes [locais] e os de outras áreas que aqui estão. Gostaria de recordar que os direitos dos indígenas são reais e primordiais garantidos aos povos que têm identidade própria”, alertou.

Dom Pedro Casaldáliga declarou ainda que a reserva se transformou em uma “verdadeira cidade” reunindo mais de 500 famílias. A prefeitura de São Félix do Araguaia informou que os mais de 165 mil hectares homologados como Terra Indígena Xavante são o resultado do desmembramento dos 680 mil hectares originais da Fazenda Suissá-Missú, comprada em 1980.

O bispo também criticou o comportamento histórico do Brasil frente aos povos indígenas. “O que tem sido colocado sobre os direitos dos indígenas ocorre em fascículos. A causa indígena é real. O Brasil tem que entender que tem uma dívida com os indígenas”, disse ele.

Entenda o caso 

No último dia 23, a Fundação Nacional do Índio (Funai) entregou à Justiça Federal em Mato Grosso um plano de retirada de todos os não índios do interior da Terra Indígena Xavante-Marãiwatsédé. No entanto, a prefeitura de São Félix do Araguaia entende que, ao contrário das decisões judiciais recentes, a reserva homologada por decreto presidencial em 1998, nunca foi integralmente ocupada pelos xavantes.

A disputa entre índios e não índios foi parar na Justiça. Em 2004, a então ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Ellen Gracie, que depois presidiria a Corte, concedeu liminar aos xavantes, o que motivou um pequeno grupo a voltar a se instalar em uma área de cerca de 40 mil hectares. No mesmo ano, o STF cassou, por unanimidade, a liminar que garantia a permanência de fazendeiros na maior parte da reserva.

Porém, faltou a decisão final quanto à devolução aos índios da terra, em sua totalidade. Em 2010, o Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região reconheceu o direito dos xavantes à Terra Indígena Marãiwatsédé, confirmando a decisão dada em primeiro grau e a legalidade do procedimento administrativo de demarcação da terra indígena. Foi determinado que os não indígenas sejam retirados da reserva e as áreas degradadas, recuperadas.

No começo do mês, houve uma reunião entre representantes da Funai, do governo de Mato Grosso e produtores rurais do estado para discutir formas de amenizar a tensão gerada pela iminente retirada dos não índios da área. O governo estadual propôs que os índios fossem levados para outra área bem maior, de 225 mil hectares, no interior do Parque Nacional do Araguaia. Os índios, a Funai e o Ministério Público Federal não aceitaram a proposta.

História de São Félix do Araguaia e de dom Pedro Casaldáliga se misturam

A região de São Félix do Araguaia (no Mato Grosso), onde está localizada a Terra Indígena Xavante-Marãiwatsédé, foi um dos principais cenários dos enfrentamentos da guerrilha contra a ditadura durante os anos de 1960 e 1970. As tensões entre os que combatiam e os que atuavam em favor do regime militar sufocaram as disputa entre índios e não índios. A história da região e do bispo dom Pedro Casaldáliga se misturam nas última quatro décadas.

 Crítico da ditadura e defensor das minorias, o bispo catalão dom Pedro Casaldáliga, de 76 anos, mudou-se, em agosto de 1970, para uma casa simples em São Félix do Araguaia. De sua casa, ele coordena as ações em defesa dos indígenas da região e apela às autoridades para evitar a opressão e o domínio das reservas.

“Gostaria muito que as autoridades revisem a decisão da Advocacia-Geral da União [AGU] a decisão sobre a demarcação de terras porque, do contrário, pode ser criada uma nova ordem de insegurança [em várias regiões do país]”, disse à Agência Brasil o bispo.

Considerado o primeiro a denunciar o trabalho escravo no Brasil, na década de 1970, dom Pedro Casaldáliga mantém a vivacidade e o espírito combativo. Seguidor da teologia da libertação, adotou como lema para sua atividade pastoral Nada Possuir, Nada Carregar, Nada Pedir, Nada Calar e, sobretudo, Nada Matar. É escritor e poeta, ele disse que se mantém dedicado também aos livros.

Dom Pedro Casaldáliga foi alvo de inúmeras ameaças de morte. Uma das ameaças mais graves ocorreu em 1976, na região de Ribeirão Bonito (Mato Grosso), quando assumiu a defesa de mulheres torturadas em uma delegacia de polícia. Na ditadura militar, foi alvo de cinco processos de expulsão do Brasil.

Por: Renata Giraldi
Fonte: Agência Brasil – EBC
Edição: Talita Cavalcante

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Belo Monte: Para assegurar cumprimento de demandas, indígenas mantêm engenheiros detidos

26 quinta-feira jul 2012

Posted by João Carlos Figueiredo in Xavante

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Fartos de esperar por promessas que não se concretizam, indígenas juruna da Terra Indígena Paquiçamba e arara da aldeia Arara da Volta Grande detiveram na aldeia Muratu, na manhã de ontem (24) três engenheiros que trabalham para o Consórcio Norte Energia, grupo formado por empresas envolvidas na construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no estado do Pará, no Norte do Brasil.

Os engenheiros estavam na aldeia para reunião sobre a estrutura que a Norte Energia pretende oferecer para atravessar embarcações depois do barramento completo do rio Xingu, na altura do canteiro de obras de Pimental.

O Consórcio precisa de uma licença do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para fechar a barragem do rio – conhecida como ensecadeira de Pimental – por isso, pretendia realizar reuniões com a população indígena e ribeirinha que ficará sem acesso fluvial à cidade de Altamira.

A intenção também era de promover uma consulta, condição para que a Fundação Nacional do Índio (Funai) dê o parecer para o término do barramento, que deve ser apresentado ao Ibama.

A primeira das quatro reuniões aconteceu na segunda-feira (23), na aldeia Muratu. Estiveram presentes indígenas juruna da Terra Indígena Paquiçamba e indígenas arara da aldeia Arara da Volta Grande. O encontro não rendeu como deveria, já que as explicações dadas pelos engenheiros eram técnicas e de difícil compreensão.

Segundo informou o Ministério Público Federal (MPF), presente na reunião, os próprios engenheiros assumiram que o encontro era absurdo e que o projeto apresentado não fazia sentido. Eles também disseram que a Funai não deveria considerar aquele momento como uma oitiva.

De acordo com o Movimento Xingu Vivo para Sempre, a procuradora do MPF, Thais Santi, também revelou que mesmo antes da reunião o sentimento dos indígenas era de descrença na Norte Energia, já que o Consórcio não havia cumprido nenhuma das condicionantes para reduzir o impacto das obras nas aldeias.

Depois do episódio, os engenheiros dormiram na aldeia e na manhã de terça-feira (24) foram surpreendidos com a informação de que só poderiam sair depois que algumas exigências fossem cumpridas pela Norte Energia. A medida foi tomada após a falta de resposta sobre o documento enviado ao Consórcio no final do mês de junho, quando os mesmos indígenas ocuparam o canteiro sítio Pimental.

Giliarde Juruna, liderança da Terra Indígena Paquiçamba assegurou para os engenheiros vão permanecer na aldeia até que as demandas comecem a ser concretizadas. “Outras vezes já recebemos promessas que não foram cumpridas, então as pessoas vão continuar detidas até que a gente comece a ver as coisas acontecer. Eles estão bem, mas vão ter que ficar aqui”, assegura.

O indígena acredita que daqui para frente as negociações vão caminhar melhor e pede a presença do Ibama, da Funai, da Norte Energia e do Ministério Público para que isso possa realmente acontecer.

Os indígenas pedem a suspensão das reuniões sobre o mecanismo de transposição; definição sobre a ampliação/revisão da Terra Indígena Paquiçamba; e que o Ibama e a Funai se comprometam a não liberar a obra no rio enquanto não houver clareza e segurança sobre a transposição, enquanto não forem concluídas as estradas de acesso às aldeias e enquanto não forem cumpridas as condicionantes pendentes.

Outra exigência é a reabertura das negociações com o Consórcio Norte Energia sobre compromissos assumidos pelo presidente da empresa, Carlos Nascimento, depois da desocupação da ensecadeira, no início deste mês. O presidente pediu um voto de confiança e assegurou que voltaria dia 16 para continuar as negociações, mas não apareceu.

Os indígenas afetados pelas obras da hidrelétrica também querem a conclusão do sistema de abastecimento de água em suas aldeias, que não têm poço e usam água do rio.

Giliarde Juruna afirma que até o momento já foi prometida a construção de estrada próxima à Terra Indígena Paquiçamba e a finalização dos poços. “Disseram pra gente que na segunda-feira vão colocar o motor e o poço já vai estar funcionando na nossa aldeia. Agora eles precisam resolver a estrada da aldeia Arara e o poço e adiantar as outras demandas”.

A situação levou o Ministério Público Federal a pedir o cancelamento da licença de instalação de Belo Monte por conta do não cumprimento das condicionantes, algumas das quais esperam há mais de um ano para serem concretizadas. Esta é a 15ª ação que o MPF impetra contra as obras de construção da hidrelétrica.

 

 

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Funai e Justiça Federal acertam retirada de não índios de terra indígena em Mato Grosso

26 quinta-feira jul 2012

Posted by João Carlos Figueiredo in Xavante

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Em breve, um grupo de pessoas que não pertencem à comunidade Xavante, inclusive grandes produtores rurais, terá de deixar a Terra Indígena Marãiwatsédé, no nordeste de Mato Grosso. Na última segunda-feira (23), a Fundação Nacional do Índio (Funai) atendeu às decisões judiciais e entregou à Justiça Federal no estado o plano de desocupação da reserva, que abrange 165.241 hectares (um hectare equivale a aproximadamente um campo de futebol oficial) dos municípios de Alto Boa Vista, Bom Jesus do Araguaia e São Félix do Araguaia.

Segundo a 1ª Vara da Justiça Federal em Mato Grosso, a data de início da retirada dos não índios da área ainda vai ser definida. Antes, o Ministério Público Federal (MPF) terá de se manifestar sobre o plano elaborado pela Diretoria de Proteção Territorial da Funai, o que deve ser feito até segunda-feira (30). A Justiça Federal também disse não ter conhecimento do ajuizamento de algum recurso contra contra a última decisão, que é a do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), de maio deste ano. Quando ocorrer, a ação de retirada dos não índios deverá contar com a participação da Força Nacional de Segurança e da Polícia Federal.

Nenhum órgão consultado pela Agência Brasil soube precisar quantas pessoas vivem irregularmente e serão retiradas da área. O governo de Mato Grosso, contudo, trabalha com a estimativa de 7 mil pessoas. O número de índios vivendo em uma pequena parcela da terra indígena passa de 900, informou a Coordenação Regional da Funai em Ribeirão Cascalheira. Segundo o prefeito de São Félix do Araguaia, Filemon Gomes Limoeiro, o risco de conflito entre os dois grupos é grande. “Os pequenos proprietários que estão na área há mais de 20 anos garantem que só sairão carregados, mortos”, disse o prefeito.

Homologada por decreto presidencial em 1998, a Terra Indígena Marãiwatsédé é alvo de um imbróglio que teve início da década de 1960. A Funai garante que, até esta época, a área era totalmente ocupada pelo povo Xavante. Foi neste período que a Agropecuária Suiá-Missú se instalou na área. Ainda de acordo com a Funai, em 1966, o estado e os produtores rurais promoveram a transferência de toda a comunidade para outra terra indígena, a São Marcos, localizada no sul do estado. Mesmo agrupados em uma parcela de terra menor que a originalmente reconhecida como sua e com a ocorrência de cerca de 150 mortes por causa de uma epidemia de sarampo, a comunidade permaneceu na área durante quase 40 anos.

Em 1980, a Suiá-Missu foi vendida para a empresa petrolífera italiana Agip. Durante a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, a Rio 92, realizada em 1992 no Rio de Janeiro, pressionada a devolver aos Xavante a terra que lhes pertencia, a Agip chegou a se oferecer para doar a área. Na época, a Funai iniciou os estudos de delimitação e demarcação da terra indígena. Paralelamente, a área foi sendo ocupada por novos grupos de não índios, inclusive grandes fazendeiros, o que dificultou a regularização e devolução integral do território aos Xavante. A disputa entre índios e não índios foi parar na Justiça.

Em 2004, a então ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Ellen Gracie, que depois presidiria a Corte, concedeu liminar aos Xavante, o que motivou um pequeno grupo a voltar a se instalar em uma área de cerca de 40 mil hectares. No mesmo ano, o STF cassou, por unanimidade, a liminar que garantia a permanência de fazendeiros na maior parte da reserva. Faltava, contudo, uma decisão definitiva quanto à devolução aos índios da terra, em sua totalidade.

Até que, em 2010, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região reconheceu o direito dos Xavante à Terra Indígena Marãiwatsédé, confirmando a decisão de primeiro grau e confirmando a legalidade do procedimento administrativo de demarcação da terra indígena. Com isso, determinou-se que os não indígenas sejam retirados da reserva e que as áreas degradadas sejam recuperadas.

No último dia 12, a presidenta da Funai, Marta Maria Azevedo, reuniu-se em Brasília com o governador Silval Barbosa, além de parlamentares e produtores mato-grossenses para discutir formas de amenizar a tensão gerada pela iminente retirada dos não índios da área. Para evitar o conflito, o governo estadual propôs que os índios fossem alocados em outra área bem maior, de 225 mil hectares, no interior do Parque Nacional do Araguaia.

Os índios, a Funai e o Ministério Público Federal não aceitaram a proposta. ”Do ponto de vista da Funai, a gente acredita que, para não piorar a situação de violência e conflito, o que deve ser feito é consolidar o processo de desintrusão da terra indígena, feito por meio do diálogo com todos os grupos do povo Xavante, assim como com não indígenas que estão lá dentro”, declarou a presidenta na ocasião.

 

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  • Indígenas isolados do povo Yanomami foram registrados em operação da Funai 12 de dezembro de 2016
    Indígenas isolados do povo Yanomami foram registrados em operação da Funai Publicado em 09 Dezembro 2016 no site da FUNAI …Continuar lendo →
    João Carlos Figueiredo
  • Carta Aberta ao Ministério da Justiça 9 de dezembro de 2016
    Brasília, 09 de dezembro de 2016 Excelentíssimo Senhor Ministro da Justiça Dr. Alexandre de Morais Prezado Senhor Na qualidade de …Continuar lendo →
    João Carlos Figueiredo
  • Carta dos Conselheiros Guarani e Kaiowá da Aty Guasu para o Presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados 9 de junho de 2015
    Caro Presidente Paulo Pimenta, nós conselheiros da Aty Guasu, Grande Conselho do povo Guarani e Kaiowá, representando os mais de …Continuar lendo →
    João Carlos Figueiredo

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  • Memorial de Ulysses 15 de dezembro de 2022
    Tenho refletido com frequência sobre o papel de Ulysses em nossas vidas. Já se passaram mais de 18 anos desde que ele se foi para sempre, mas permanece vivo em cada um de nós, inspirando-nos a seguir seus passos e honrar seu nome. Ulysses não deixou nenhum livro sobre suas próprias crenças, seu pensamento e […]
    João Carlos Figueiredo
  • A Bicicleta 26 de julho de 2014
    Hoje percebo o quanto a bicicleta faz parte de minhas memórias; ainda pequeno ganhei uma de meu pai, e até me lembro de sua marca: Merckswiss (acho que era assim que se escrevia). Era pequena e azul, e eu me equilibrava nela com muita dificuldade, mal tocando a ponta do pé no chão, ao parar. […]
    João Carlos Figueiredo
  • MADRASTA SOLIDÃO 26 de julho de 2014
    Vejo-a com meus olhos de menino Encantado por sua dedicação E nada fiz por merecê-la Simplesmente existi Vejo-me pelos seus olhos pequeninos Embaciados pela vida que passou E nada fiz por recompensá-la Pois só cuidei de mim Enclausurada em sua solidão sem fim Não a encontro mais perto de mim E nada posso fazer por […]
    João Carlos Figueiredo
  • Memórias de meu Mestre 10 de março de 2014
    Hoje ele teria quase 94 anos; porém, há dez anos nos deixou para sempre. Meu pai se foi antes do tempo, assim como se vão aqueles a quem amamos e respeitamos pela sua coerência, sabedoria, humildade e LUZ! Sim, ele foi o farol de meu caminhar, e continuará sendo. Sempre que me encontro em uma […]
    João Carlos Figueiredo
  • Este ano não te levei flores… 8 de fevereiro de 2013
    Dia 1º de fevereiro passou em “brancas nuvens”… aniversário de vida de nossa querida mãezinha… mas não foi por desatenção que não te levei flores, mãe querida; foi por absoluta falta de opções! Estava em outras plagas, lutando por um povo Xavante, de quem lhes tiraram tudo, assim como tiraram de mim as lembranças de […]
    João Carlos Figueiredo
  • Dinah e Ulysses 13 de novembro de 2012
    O tempo se esvai na correnteza dos fatos cotidianos, ofuscando, injustamente, as lembranças de nossos antepassados. Nossas memórias se distanciam, nossas homenagens se ajustam ao calendário, nosso amor e carinho com os que se foram ficam restritos às esparsas orações que o pensamento embotado faz àqueles que justificaram a nossa presença neste mundo. Para re […]
    João Carlos Figueiredo
  • Saudades, meu amigão! 28 de agosto de 2012
    Ulysses faria hoje 92 anos… ele se foi há 8 anos, 5 meses e 21 dias, mas ainda sinto demais sua falta em minha vida. Cada vez que algum problema me perturba, invoco a presença de meu pai, que sabia sempre me dar um bom conselho. Sempre que realizo algo muito bom, que me envaidece […]
    João Carlos Figueiredo
  • Primeiras Lembranças 26 de junho de 2012
    Minha primeira infância foi em Dracena, cidade próxima à fronteira de São Paulo com Mato Grosso (hoje, Mato Grosso do Sul), perto de Panorama, às margens do rio Paraná. Fomos algumas vezes a esse lugar, e lembro-me (porque me contaram) que ainda era um local selvagem, com densas matas às margens do rio, onde se avistavam onças […]
    João Carlos Figueiredo
  • Transição 24 de junho de 2012
    Adormeceu, por fim… Seu Espírito já não habita esse corpo cansado, incapaz de conter um coração tão generoso e belo. Sua alma, agora, ascende a outras mansões, onde os Avatares, Seres de Luz, compartilham sua Sabedoria com aqueles que buscam o Caminho. E aqui ficamos nós, com nossa dor dessa separação não desejada, com a […]
    João Carlos Figueiredo
  • Ah… Dinorah, Dinorah! 24 de maio de 2012
    Eu a vejo partir aos poucos, diante de meus olhos, e me pergunto: por que? Talvez eu sofra muito mais do que ela… e assim como quando meu pai também partiu, um enorme pedaço de meu coração se romperá e se perderá para sempre. Minha mãezinha… o ser mais querido que tenho, e nada posso […]
    João Carlos Figueiredo

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